quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

A Ilha dos Mortos (Survival of the Dead, George A. Romero, Estados Unidos / Canadá, 2009)


Mais para spinoff que continuação propriamente dita de “Diary of the Dead”, este filme retoma os personagens da Guarda Nacional com que os protagonistas daquele filme se encontram em dado momento. Este talvez seja o mais fraco dos seis filmes de Romero da série dos mortos-vivos, o que não significa nem de longe dizer que seja um mau filme. No enredo, os soldados da Guarda Nacional se refugiam dos zumbis em uma ilha na qual vivem dois patriarcas malucos de famílias rivais, que travam uma batalha a respeito da forma de lidar com os mortos-vivos. O primeiro deles crê que os zumbis devam ser exterminados a qualquer custo, mesmo se for preciso matar quem quer se oponha a isso, como os familiares das pessoas transformadas em zumbis. Enquanto isso, o segundo é um fanático religioso que se crê numa missão divina para curar os zumbis e trazê-los de volta à vida. Para tanto, mantém-nos acorrentados enquanto não se descobre a cura. É interessante como aqui o perigo não são os zumbis, relativamente inofensivos para os personagens que têm grande perícia no uso das armas de fogo, mas os vivos. O filme é, ao fim, uma alegoria da falta de sentido da guerra. A sequência final, em que os dois patriarcas, já mortos e transformados em zumbis, continuam a guerra sem fim, enquanto o personagem do sargento discorre sobre a falta de sentido das guerras, que consistem apenas em indivíduos defendendo bandeiras quaisquer, a razão não estando em nenhum dos lados, é sensacional. A analogia mais direta é com a Guerra do Iraque, que ainda acontecia enquanto o filme era realizado, mas pode ser aplicada a virtualmente qualquer guerra. Romero planeja ainda realizar pelo menos mais dois filmes da série, ambos também spinoffs de “Diary”. O primeiro teria como protagonistas o grupo de negros que montam um imenso armazém de suprimentos a partir do material que roubam em meio ao caos das cidades. O segundo teria como protagonista a garota texana, que foge da mansão em que o grupo se abriga no fim do filme. Longa vida à ex-trilogia dos mortos-vivos de Romero!

Nenhum comentário:

Postar um comentário