quarta-feira, 27 de julho de 2011

Os Caça-Fantasmas 1 e 2 (Ghostbusters / Ghostbusters II, Ivan Reitman, Estados Unidos, 1984 / 1989)

Mais um (ou dois) fruto(s) da bela parceria entre Harold Ramis e Bill Murray. Revendo os dois filmes depois de tantos anos, me chamou a atenção o quanto eles têm tanta cara de filme B, aquele jeitão vagabundo, no bom sentido, mesmo com todo o orçamento de que certamente dispuseram. A grande figura é, como sempre, Bill Murray, com seus rompantes de exagero na interpretação. Mas Rick Moranis também tem seus momentos, particularmente na sequência da festa no primeiro filme e na do julgamento no segundo, em que faz as vezes de um advogado completamente inepto. Destaque também para a crítica ao comportamento negativo e estressado da população nova-iorquina, que serve de combustível para o rio de ectoplasma que flui no subsolo da cidade. O primeiro filme peca um pouco por gastar muito tempo na apresentação dos personagens e na criação do grupo dos caça-fantasmas e, por isso, o segundo é ligeiramente melhor, já que já conhecemos os personagens e podemos pular essa parte.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Achado Não É Roubado (Finders Keepers, Richard Lester, Estados Unidos, 1984)

Filme pouco comentado, mas engraçadíssimo do brilhante Richard Lester, mais conhecido pelos filmes rodados com os Beatles (“A Hard Day’s Night”, de 1964, e “Help!”, de 1966) ou os Superman II e III, de 1980 e 1983. Aqui Lester aproveita um roteiro esdrúxulo para criar uma comédia estritamente física repleta de absurdos. O enredo é tão bizarro que nem faz sentido tentar explicá-lo. O que interessa é que o protagonista está em fuga o tempo todo e as situações de trocas de identidades e os acontecimentos absurdos vão se encavalando de tal maneira que o que importa aqui unicamente é o caos. Jim Carrey faz uma ponta mais pro fim do filme, que não chega a chamar muita atenção, a não ser pelo fato de o vermos jovem, quando ainda não era uma celebridade.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

A Viagem do Balão Vermelho (Le Voyage du Ballon Rouge, Hou Hsiao-Hsien, França / Taiwan, 2007)

O cinema de Hou Hsiao-Hsien é um cinema sensorial (mesmo querendo, é difícil fugir do clichê). Luiz Carlos Oliveira Jr. comparou sua fruição à da música easy listening. E é bem isso. O cinema de Hou nos encanta pelo prazer dos sentidos. Não que o enredo não importe: nos identificamos com os personagens e nos interessamos por sua história, mas o prazer em assistir ao filme vai além disso. Passa pela câmera suave de Ping Bin Lee, que praticamente dança pela cena. Mas tampouco está só aí. O filme é uma homenagem ao belo “Le Ballon Rouge”, rodado em 1956 por Albert Lamorisse.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

O Quarto Homem (De Vierde Man / The Fourth Man, Paul Verhoeven, Holanda, 1983)

Estou precisando dar uma leve desintoxicada do cinema hollywoodiano, depois de tanto Ford e tanta comédia estadunidense dos anos 80. Aproveito para tentar preencher alguns de meus buracos cinematográficos, vendo mais coisa do Verhoeven, por exemplo, de quem ainda vi muito pouco, mas cujos filmes me impressionaram. Neste filme chama a atenção a criação de climas sinistros para um enredo assustador, que conta a história de uma viúva negra, que atrai os homens para em seguida matá-los. As referências às imagens católicas, envoltas em situações de sexo e violência, criam uma atmosfera um bocado carregada e terrível. Verhoeven cria aqui mais uma de suas figuras femininas fortíssimas, tão presentes em sua filmografia.