segunda-feira, 14 de março de 2011

Trocando as Bolas (Trading Places, John Landis, Estados Unidos, 1983)

Landis faz um filme ao mesmo tempo engraçadíssimo, mas profundamente triste em sua visão desencantada da sociedade americana capitalista dos anos 80. Não há quem se salve aqui. Até os “heróis” do filme, representados por Dan Aykroyd e Eddie Murphy, vitimizados pela ganância dos irmãos magnatas que os tratam como joguete em suas apostas, só podem responder na mesma moeda, se enriquecendo à custa do empobrecimento dos vilões. A aposta em questão é proposta por um dos irmãos, com base na teoria de que o meio é o que molda a personalidade de cada indivíduo. Para provar isso, ele pega dois indivíduos, o administrador da empresa dos irmãos e um pedinte trapaceiro que se finge de cego e aleijado, e dá um jeito para que troquem de lugar. Assim, os irmãos pretendem ver se o administrador vira um ladrão, enquanto o mendigo vira um homem de respeito e um bom funcionário. A história tem um quê de paráfrase à história de Jó, em que o Diabo desafia a Deus, querendo provar que seu servo fiel o amaldiçoaria se perdesse tudo o que tem. O clímax do filme, na sequência da bolsa de valores, é uma paródia sensacional do espírito yuppie / capitalista selvagem estadunidense dos anos 80. Como atrativo paralelo para a ala masculina, Jamie Lee Curtis, como em grande parte dos filmes do início de sua carreira, põe os peitos de fora um par de vezes.

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